quarta-feira, 30 de março de 2011

Em Abril, livros e flores mil

Este é o nosso cartaz que pretende assinalar duas datas importantes, em torno do Livro e da Leitura: 
2 de Abril - Dia Internacional do Livro Infantil e 23 de Abril - Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor
No dia 2 de Abril, comemora-se o Dia Internacional do Livro Infantil, data de aniversário do escritor Hans Christian Ansdersen.

DGLB (Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas) assinala esta data com a publicação de um cartaz (incorporado no nosso cartaz) da autoria de Bernardo Carvalho,
vencedor da 14ª edição do Prémio Nacional de Ilustração.

Todos os anos, por esta ocasião, o IBBY - International Board on Books for Young People convida um autor para redigir uma mensagem dirigida a todas as crianças do mundo, e um ilustrador para conceber um cartaz. A mensagem foi escrita por Aino Pervik e o cartaz é da autoria da ilustradora Juri Mildeber.


Aino Pervick nasceu em 1932, na Estónia, tendo publicado cerca de meia centena de livros para crianças, a par de poesia e narrativas para adultos.

Distinguida com vários e prestigiosos prémios e traduzida em diversas línguas, as suas obras têm sido adaptadas ao teatro e ao cinema. A velha mãe KunksArabella, a filha do pirata, Paula aprende a sua língua (integrado numa série protagonizada pela mesma personagem), são apenas três dos seus títulos mais conhecidos.






Mensagem do 2 de Abril de 2011, Dia Internacional do Livro Infantil

O livro recorda

Aino Pervik

“Quando Arno e o seu pai chegaram à escola, as aulas já tinham começado.”
No meu país, a Estónia, quase toda a gente conhece esta frase de cor. É a primeira linha de um livro intitulado Primavera. Publicado em 1912, é da autoria do escritor estónio Oskar Luts (1887-1953).
Primavera narra a vida de crianças que frequentavam uma escola rural na Estónia, em finais do século XIX. O Autor escrevia sobre a sua própria infância e Arno, na verdade, era o próprio Oskar Luts na sua meninice.
Os investigadores estudam documentos antigos e, com base neles, escrevem livros de História. Os livros de Londres, em meados do século XIX, no tempo de Oliver Twist. Através dos olhos de David Copperfield (coincidentes com o olhar de Dickens nessa época), vemos todo o tipo de personagens que ao tempo viviam na Inglaterra — que relações tinham, e como os seus pensamentos e sentimentos influenciaram tais relações. Porque David Copperfield era de facto, em muitos aspectos, o próprio Charles Dickens; Dickens não precisava de inventar nada, ele pura e simplesmente conhecia aquilo que contava.
São os livros que nos permitem saber o que realmente sentiam Tom Sawyer, Huckleberry Finn e o seu amigo Jim nas viagens pelo Mississippi em finais do século XIX, quando Mark Twain escreveu as suas aventuras. Ele conhecia profundamente o que as pessoas do seu tempo pensavam sobre as demais, porque ele próprio vivia entre elas. Era uma delas. 
Nas obras literárias, os relatos mais verosímeis sobre gente do passado são os que foram escritos à época em que essa mesma gente vivia. 
O livro recorda. 
Tradução: José António Gomes

A Mensagem do Dia Internacional do Livro Infantil é uma iniciativa do IBBY (International Board on Books for Young People), difundida em 

Portugal pela APPLIJ (Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil e Juvenil), Secção Portuguesa do IBBY.

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