domingo, 3 de abril de 2011

Aristides de Sousa Mendes

Cumprem-se hoje 57 anos, da morte de um português que ainda hoje nos enche de orgulho.


Aristides de Sousa Mendes (Cabanas de Viriato, 19 de julho de 1885 — Lisboa, 3 de abril de 1954), diplomata português. 


Cônsul de Portugal em Bordéus no ano da invasão da França pela Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial, Sousa Mendes desafiou ordens expressas do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, António de Oliveira Salazar (cargo que este ocupava em acumulação com a chefia do Governo) e concedeu 30 mil vistos de entrada em Portugal a refugiados de todas as nacionalidades que desejavam fugir da França em 1940.

Aristides Sousa Mendes salvou dezenas de milhares de pessoas do Holocausto. Chamado de "o Schindler português", Sousa Mendes também teve a sua lista e salvou a vida de milhares de pessoas, das quais cerca de 10 mil judeus.

A 8 de Julho de 1940, Aristides, de regresso a Portugal, será punido pelo governo de Salazar, que priva o diplomata das suas funções durante um ano, diminuindo em metade o seu salário, antes de o enviar para a reforma. Para além disso, Sousa Mendes perde o direito de exercer a profissão de advogado. A sua licença de condução, emitida no estrangeiro, também lhe é retirada. O cônsul demitido e a sua família, bastante numerosa, sobrevivem graças à solidariedade da comunidade judaica de Lisboa, que facilitou a alguns dos seus filhos os estudos nos Estados Unidos. Dois dos seus filhos participaram no Desembarque da Normandia. Frequentou, juntamente com os seus familiares, a cantina da assistência judaica internacional.

Em 1945, Salazar felicitou-o por Portugal ter ajudado os refugiados, recusando-se no entanto a reintegrar Sousa Mendes no corpo diplomático.

A sua miséria virá a ser ainda maior: venda dos bens, morte da mulher em 1948, emigração dos filhos, com uma excepção. Após a morte da mulher, Aristides de Sousa Mendes viveu com uma amante francesa que, segundo testemunhos da época, muito contribuiu para a sua miséria.

Faleceu muito pobre, a 3 de Abril de 1954, no hospital dos franciscanos em Lisboa. Não possuindo um fato próprio, foi enterrado com um hábito franciscano.

Entre os muitos que salvou, encontravam-se Otto de Habsburgo, filho do último imperador da Áustria-Hungria, e odiado por Adolf Hitler; o pianista Norbert Gingold; o escritor e professor francês da Universidade de Sorbonne, Charles Oulmont; e Ilse Losa, escritora, que residiu no Porto e que recordámos recentemente.

Recebeu postumamente incontáveis condecorações e prémios de reconhecimento, e destacamos a homenagem prestada pelo Memorial de Yad Vashem (Memorial do Holocausto situado em Jerusalém) em Israel, que lhe atribuiu em 1966, o título de "Justo entre as nações". 

A Claque recorda e orgulha-se. Uma ovação a este grande português.

Fonte: Claque dos autores

1 comentário:

ana rita oliveira disse...

Este senhor foi responsável por salvar muitos judeus. Ao emitir vistos para que pudessem entrar em PortugaL, evitou que eles fossem mortos pelo regime de Hitler.