terça-feira, 6 de maio de 2008

Encontro com o escritor Martz Inura



AS PALAVRAS ELUCIDATIVAS DO CARREGOSENSE EMÍDIO FERREIRA DE AGUIAR FORAM O ECO DA SUA VIVÊNCIA ASSOCIADA À GUERRA COLONIAL


Esta actividade preparada pela coordenadora da Biblioteca Escolar Graça Figueiredo, para os alunos do 6º e 9º anos, prendeu-se com o facto de Emídio Aguiar, ter servido duas vezes no exército português, nomeadamente no Ultramar (Cabinda, em Angola) e, por esse facto, estar habilitado a falar sobre a época que viveu antes e depois do 25 de Abril; ser um escritor e poeta carregosense (sob o pseudónimo Martz Inura) , cuja obra literária contempla a poesia – Sinfonias de 1 a 6 – e prosa, o romance “Um sonho secular”.
A abertura da palestra foi feita pelo Presidente do Conselho Executivo, Manuel Santos, que começou por agradecer a presença deste ilustre convidado, tecendo palavras de apreço pelo seu percurso admirável, pessoal e profissional que, apesar das vicissitudes pelas quais passou na sua vida, conseguiu concluir o Curso de Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, fazer carreira como oficial do Exército Português e ser um escritor cuja obra de literatura portuguesa fala por si. Simultaneamente solicitou aos alunos para falarem com os seus familiares sobre essa época, no sentido de lhes transmitirem a mensagem de uma pessoa conhecedora daquilo que se passou, desde a preparação da acção militar, a chamada “Revolução dos Cravos”, até à sua conclusão bem sucedida, com a rendição de Marcelo Caetano.
Emídio Aguiar começou a palestra solicitando a um dos alunos para distribuir pelos presentes um documento alusivo à comemoração do 25 de Abril, contendo a letra das canções evocativas do mesmo, assim como cravos vermelhos – flor simbólica desta data.
As palavras-chave para que se referiram à época antes do 25 de Abril foram: liberdade (que não existia), amor (tema da maioria das canções, usado como fuga à censura), desigualdade dos direitos entre homens e mulheres e medo. Para concretizar esta explicação os alunos tiveram a oportunidade de ouvir as canções de Simone de Oliveira, Luís Góis, Adriano Correia de Oliveira e Sérgio Godinho.
Seguidamente Emídio explicou, em linhas gerais, os planos para o golpe de estado, em que Otelo Saraiva de Carvalho comunica que as operações militares se iniciariam às 03.00h do dia 25 de Abril e entrega, a capitães mensageiros, sobrescritos fechados contendo as instruções para as acções a desencadear na noite de 24 para 25.
Explicou também que a música “E Depois do Adeus” de Paulo de Carvalho, transmitida pelos Emissores Associados de Lisboa no dia 24 de Abril pelas 22:55 horas, foi a senha usada como sinal de que as operações para o 25 de Abril estavam em curso. Outra das músicas, associada a esta data é “Grândola Vila Morena” de Zeca Afonso, que desta vez teve o papel de senha usada para o desencadeamento da revolução.
As explicações eram intercaladas com a audição das respectivas músicas.
Houve ainda tempo para os alunos colocarem algumas perguntas ao escritor, preparadas nas aulas de História.
Foi de forma entusiasmante que os alunos partilharam aqueles momentos evocativos das etapas mais marcantes do 25 de Abril.
Finalmente, e por ser o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, Martz Inura ofereceu uma

das suas obras “Sinfonias Incompletas” aos três melhores alunos de cada ano (6º e 9º).
A coordenadora da Biblioteca agradece o empenho das Auxiliares de Acção Educativa da Equipa, bem como a todos os professores que se envolveram nesta actividade.




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